colunistas do impresso

Um passo de cada vez

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Ao constatar que penso mais caminhando, e que minha mente age melhor se conectada às minhas pernas, pesquisei pessoas que tinham ideias ao caminhar, e surgiu Rousseau, Einstein, Darwin, Kierkegaard, e Thoreau.

Vibrei lendo Rousseau ligar sua obra ao andar, e Nietzsche dizer: bons pensamentos se concebem ao caminhar.

Hoje, a ciência prova que andar a pé expande o poder cerebral por intensificar o fluxo de sangue; ampliar o hipocampo que armazena memórias; melhorar a cognição, e ter efeito terapêutico. Disso Kierkegaard falou: Todos os dias caminho para perto de um estado de bem-estar e para longe da doença. Caminhei para meus melhores pensamentos, e não conheço nenhum pensamento tão pesado que não possa ser afastado, caminhando. Se caminharmos, tudo ficará bem.

Shapiro, quando diagnosticada de câncer, descobriu o mecanismo que dá alívio psicológico, ao perceber que andando, seu pensar perdia o poder negativo. Intrigada, viu que mover os olhos para os lados, ao caminhar, desativava o mau pensamento. Daí veio a terapia EMDR, onde o paciente conta a dor emocional e move os olhos imitando o movimento ocular do andar.

Huberman diz que mover-se para frente, recompensa e suprime ações nas áreas cerebrais ligadas ao medo. Isso é um mecanismo biológico ancestral instalado pela natureza.

Ligar o homem à inteligência da natureza era a ideia de Rousseau e Thoreau, pois diziam que o abandono da vida simples dos ancestrais semeou corrupção, vício e doença na sociedade civilizada, e curiosamente andar sozinho é o meio de se conectar à essência natural. Tourreau caminhava mais de quatro horas por dia, e Rousseau até 30 km.

Eu nunca pensei tanto, vivi tanto, fui tanto eu mesma como nas viagens a pé. Caminho só, e é incrível! No início, cada passo me resgatava uma preocupação, agora a cada passo minha mente acha perspectiva, solução, insigth que ilumina dúvida e incerteza sem esforço. Sinto que a criatividade ocorre quando ando devagar e sem rumo.

A lentidão do passo acorda o corpo, libera energia para a mente vaguear livre e fazer associações inesperadas, mas necessárias. Quando a meta é dar 1 passo após o outro a consciência se amplia, silencia, me vejo mais sensível e conectada aos detalhes.

Caro leitor, estando confuso, com dor emocional, ou problema a resolver, prove a ampliação de consciência que a caminhada solitária, e sem destino pode dar, não te arrependerás, pois pisar no chão, conecta 3 dimensões que vivem desconectadas: corpo, mente, e mundo. Ao ligar mente e corpo no espaço ao redor, andar fará sentir a si e ao mundo com intensidade.

Que através da simples caminhada, possamos sentir e nos importar mais com nosso entorno, cultivar criatividade, coragem, e consciência necessárias para entender e transformar a nós e aos poucos a sociedade.

Vamos lá dar um passo de cada vez!

CONFIRA OUTROS TEXTOS:
A vida, o diabo e a pandemia

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Compaixão para com os idosos Anterior

Compaixão para com os idosos

Visitando o passado Próximo

Visitando o passado

Colunistas do Impresso